Sinopse: Uma história sobre um pai e seu filho autista, e sobre um jogo que mudou suas vidas. Alex ama sua família, mas tem dificuldade em se conectar com Sam, o filho autista de oito anos. A tensão crescente da rotina leva seu casamento ao ponto de ruptura. Jody não aguenta mais o marido ausente e que pouco participa da vida do filho. Então Alex vai morar com o melhor amigo, e passa a dormir no colchão inflável mais desconfortável do mundo. Enquanto Alex enfrenta a vida de homem separado, cumpre a função de pai em meio-expediente e é confrontado com segredos de família há muito enterrados, seu filho começa a jogar Minecraft. E o que acontece depois disso é algo que nem Alex, nem Jody, nem Sam poderiam imaginar. Inspirado no relacionamento do autor com seu filho autista, O menino feito de blocos é um livro emocionante, engraçado e verdadeiro sobre o poder da diferença e sobre um menino para lá de especial.
Título: O Menino Feito de Blocos |Autor: Keith Stuat|Editora: Record|Páginas: 378 |Ano: 2016 |Classificação: 5/5 ♥ | Livro Cedido Pela Editora |SKOOB
Resenha: Um pai que está perdendo tudo aos poucos precisa repensar suas atitudes antes que seja tarde demais, mas para Alex os traumas do passado tornam essa tarefa nada fácil.
Com um casamento desgastado pelas brigas e falta de
compreensão, Alex inicia o livro saindo de casa para morar com seu amigo Dan.
Ainda há chance de consertar as coisas, mas ele está totalmente perdido e sem
saber o que fazer. Seus traumas do passado sempre voltam para assombrá-lo e o
presente não tem um cenário melhor. Ele é um homem frustrado, com um trabalho
que o deixa infeliz, não sabe lidar com seu filho autista e desaprendeu a
apoiar a esposa. Agora, ele precisa rever sua vida para as coisas voltarem ao
normal. Mas, será que ele realmente quer voltar para o caos que é sua casa?
Voltar para as brigas com a Jody e enfrentar os dramas do filho Sam? Isso nem
ele mesmo sabe.
“[...] A felicidade é fugaz e frágil. É tão fácil deixá-la escapar. Às vezes, ela passa e você não vê. Mas, às vezes, se você for extremamente sortudo e paciente, ela aparecerá outra vez.”
Alex e Jody formam um casal que todos gostam, pelo menos foi
essa a essência que tirei ao longo da leitura. Eles se apaixonaram jovens e tiveram
suas vidas mudadas radicalmente quando Jody engravida.
Sam nunca foi uma criança fácil. Chorava por tudo, exigia
muita dedicação dos pais, mas apesar disso, Jody e Alex faziam um bom trabalho
em equipe. No entanto, com o passar dos anos a situação só piora e eles
descobrem que o filho se encontra no espectro autista. O diagnóstico, contudo,
não facilita as coisas e a cada dia Alex se vê mais perdido em como cuidar e se
aproximar do filho. O que ele faz? Mergulha no trabalho e começa a criar
desculpas para fugir da sua difícil rotina. Ele passa horas no
trabalho e se distancia cada vez mais da família.
Tudo tem limite e Jody não suporta
aguentar a barra sozinha, apesar de ser uma personagem forte, determinada e que não
desaba frente a uma dificuldade. Ela conversa com o marido e decide que eles
precisam de uma separação experimental e talvez, só assim, Alex conseguisse
consertar as coisas.
Agora, ele é obrigado a passar todos os sábados com o filho
e ficar com ele nos momentos em que a esposa está ocupada. A ideia de ficar sozinho
com Sam é apavorante. “E se o Sam começar a chorar compulsivamente?”, “E se ele
ficar incontrolável?”. São tantas coisas que podem acontecer e, que de fato
acontecem, que aos poucos Alex é obrigado a dar um jeito sozinho.
“É estranho como uma vida inteira pode ser destilada em uma série de momentos e como, sem pensar, colocamos esses momentos em ordem, montando uma história que faz sentido e parece significar alguma coisa. Somos eternos editores das nossas próprias histórias. Mas às vezes entendemos tudo errado.”
Fato é que Alex não conhece o filho. Toda vez que o olha, na
verdade ele olha para o autismo, como se ele dominasse o Sam. Ele tem completo
pavor de ficar com o filho; não sabe como agir ou como conversar e, essa
dificuldade perdura por boa parte do livro até que algo inesperado acontece.
Sam passa a jogar Minecraft que se torna a melhor
coisa na vida do garotinho de 8 anos. Em uma das diversas tentativas de se aproximar,
Alex passa a jogar com o filho e é através de um vídeo-game que a relação pai e
filho começa a se desenrolar. Sam que sempre permanece calado em conversas e dá
respostas curtas e rápidas, passa a desenvolver melhor a fala e seu vocabulário
se expande. É durante o jogo que Alex começa a conhecer verdadeiramente o Sam e
a criar uma linda relação de amor, carinho e compreensão.
É muito difícil escrever sobre uma leitura tão gratificante
como foi “O Menino Feito de Blocos”. O autor, que se inspirou em sua história
de vida com o filho autista para escrever o livro, fez um ótimo trabalho. Ele
criou personagens críveis, humanos, sensíveis, que não são perfeitos e não têm
vergonha de mostrar seus erros. Aprendi uma lição de vida com cada um deles e
me afeiçoei de uma forma diferente a cada um. Além disso, o autor abordou o
autismo da forma mais transparente possível. Conhecemos a realidade dos pais e
o quão desgastante pode ser tentar entrar no mundo do filho. Descobrimos aos
poucos como é a personalidade de um autista, sua forma de ver o mundo e como o
mundo o vê.
“Sam e eu temos conversado de verdade, temos nos divertido juntos. Sinto como seu eu estivesse começando a entendê-lo. Nós jogamos Minecraft e lá é um lugar onde podemos ficar juntos e nada é muito complicado nem estressante.”
É tão gratificante acompanhar a evolução dos personagens e a
forma como Sam cresce a partir do Minecraft que eu simplesmente não conseguia
largar o livro (li em um dia). Mergulhei na história e me coloquei no lugar dos
personagens diversas vezes tentando resolver os problemas. Me emocionei com um
final lindo e que me tocou profundamente. Sam se mostrou um menino inteligente,
sensível e muito corajoso. Ele me surpreendeu diversas vezes ao superar alguma
limitação. E, mais que tudo, o momento mais importante foi perceber o
quanto ele é amoroso.
No entanto, o personagem em destaque para mim foi, sem
dúvida alguma, o próprio protagonista- Alex. Ele cresce tanto ao longo do livro
que, ao final da leitura, me sinto extremamente feliz por ver tudo o que ele
passou e a forma como conseguiu vencer cada obstáculo, da mesma forma que Sam
venceu.
Por fim, para não me estender mais, destaco o último ponto
alto do livro: as relações criadas ao longo da história. Já disse como os
personagens foram bem criados, mas ressalto o quão boa foi a forma de relação
que todos eles desenvolveram. Seja a relação de Alex com a irmã e a mãe. Seja
sua relação com os amigos. Seja sua relação com a Jody. E, claro, sua relação
com Sam. Cada uma foi desenvolvida de uma forma tão bem construída que não
tinha uma cena, um capítulo que eu achasse entediante. Parabéns, Keith Stuart,
por mais um ponto alto do livro.
E o último ponto a destacar (prometo!) é a forma como o
autor narra o jogo Minecraft. Sim, vamos ter uma narrativa detalhada do jogo,
mas não pense que isso tornou a leitura entediante porque é através dela que
vamos acompanhar o pai conhecendo o filho e o filho conhecendo o pai. É lindo
demais!
Deixo aqui meu agradecimento à Editora Record pela cortesia e
oportunidade de ler um livro tão marcante. Essa é uma dica de um livro
sensível, tocante e que nos mostra a realidade crua do autismo. Vamos
acompanhar os medos de um pai que busca através do vídeo-game conhecer o filho,
salvar seu casamento e salvar a si mesmo. Extramente reflexivo, esse é o Menino
Feito de Blocos, uma leitura indispensável para quem quer ver a vida de forma
simples e sensível.
“Algumas construções são importantes porque são grandes, mas algumas são importantes porque têm lembranças dentre delas.”
Oi, Bah! Tudo bem? Acho a capa e a premissa desse livro muito interessantes. Me interesso pelo autismo e já li um livro muito bom sobre o tema (O Que Me Faz Pular, de Naoki Higashida). "O Menino Feito de Blocos" certamente despertou meu interesse. Espero lê-lo em breve. Adorei a resenha! :)
ResponderExcluirAbraço
https://tonylucasblog.blogspot.com.br
Oi, Tony! Tudo bem e com você?
ExcluirEsse eu não conheço, mas já vou pesquisar sobre ele. Quero ler mais livros sobre o assunto.
Obrigada!
Abraços
Oi Bárbara, tudo bem?
ResponderExcluirDesde que li Passarinha, me apaixonei por enredos que abordam o autismo, sempre trazem uma lição de vida.
Não conhecia o menino feito de blocos, mas é claro preciso ler, ainda mais sabendo que ele é bem fundamentado já que o autor se baseou em experiências próprias.
Ótima resenha.
Até mais!!
Leituras da Paty
Oi, Paty! Tudo bem e você?
ExcluirTenho muita vontade de ler Passarinha e agora, depois da leitura de O Menino Feito de Blocas, minhas expectativas aumentaram. Espero ler em breve :)
Obrigada!
Beijos
Olá, Báh!
ResponderExcluirUau que livro incrível *-* Agora que sei mais sobre a estória, a capa fez todo o sentindo haha Amei saber que o livro é tão envolvente, interessante e cheio de lições! Já quero <3
Beijos, Garota Vermelha
www.livrosdagarotavermelha.com.br
Oi, Nath!
ExcluirPois é, a capa remete completamente à história ^^
Espero que goste da leitura!
Beijos
Oi Bárbara!
ResponderExcluirAchei a capa desse livro uma graça!
Fiquei com muita vontade de ler,principalmente depois que soube que o autor se inspirou no seu filho que tem autismo.
Parece ser uma história de tocar o coração,de nos envolver e de refletir bastante!
Beijos!
http://livreirocultural.blogspot.com.br/
Oi, Cláudio!
ExcluirVocê está certo. Esse livro nos toca o coração e provoca várias reflexões. É ótimo!
Beijos
Oi, Bah.
ResponderExcluirAchei essa capa uma graça quando vi sua foto - confesso que ainda não conhecia esse livro - e não imaginava que abordava esse tema delicado, o autismo. Eu falo delicado porque há muito o que se falar e esclarecer sobre o tema, então acho ótimo mais e mais livros sobre o tema, diferentes abordagens. Adorei sua resenha. Me pareceu um livro itneressantíssimo.
Bjs *.*
O que disse, Alice?
Oi, Mah!
ExcluirConcordo com você, é um tema bem delicado. Acho bacana a proposta de autores que utilizam a literatura para esclarecer, educar e instruir. Esse livro, principalmente, tem um toque especial, uma vez que o autor se inspirou em seu filho.
Obrigada!
Beijos
Oi, Bárbara. Eu já sabia que este livro seria emocionante e inspirador. Tenho primo e irmãs viciadas nesse jogo, então sei o quanto eles podem aprender apenas juntando bloquinhos um em cima do outro. Nunca li nada sobre autismo, mas fiquei tão tocada pela sua resenha que seria inevitável não querer ler essa obra depois. Espero ter a oportunidade.
ResponderExcluirBeijo! Leitora Encantada
Oi, Miriã!
ExcluirQue bom que você gostou!! Também espero que possa ler logo e goste ^^
Beijos
Olá, tudo bom? Confesso que esse livro não chama muito atenção, eu não gosto muito desse tipo de história mas eu vi algumas resenhas falando tão bem dele que fiquei tentada a ler hahaa Adorei sua resenha, bem explicadinha ^^
ResponderExcluirBeijos
https://resenhaatual.blogspot.com.br/
Oi, Sarah! Tudo bem e com você?
ExcluirDê uma chance, quem sabe você não irá gostar?
Obrigada!
Beijos
Oi, Bárbara!
ResponderExcluirGente, eu não dava nada pelo título e pela capa. Pela sua resenha, percebe-se que o livro é muito tocante.
Beijos
Balaio de Babados
Oi, Luiza!
ExcluirSim, o livro é lindo e emocionante!
Beijos
Oi Bah, tudo bem?
ResponderExcluirAh, as suas resenhas são sempre tão lindas!
Eu quero muito ler um livro que fale sobre autismo sabe? Já trabalhei com crianças com essa doença, acho que é por isso o meu interesse! Um livro com essa temática que está na minha lista é Passarinha, quero muuuuito ler!
Com carinho,
Ana | Blog Entre Páginas
www.entrepaginas.com.br
Oi, Aninha!
ExcluirMuito obrigada!!
Passarinha também está na minha lista de desejados há muito tempo e agora o interesse pela leitura aumentou ainda mais.
Leia O Menino Feito de Blocos, acho que você vai gostar.
Beijos
Amiga confesso que em um primeiro momento, julgando pela capa e pelo título não teria interesse em ler esse livro. Mas assim que comecei a ler sua resenha e perceber o quanto a reflexão proposta pelo livro é interessante, sensível e intensa fiquei curiosa.
ResponderExcluirAutismo ainda é um tema pouco conhecido pela grande maioria dos leitores, eu mesmo só conheço o pouco que passou em uma novela e em algumas matérias de TV, mas achei tudo bem desafiador e rapidamente me colocando no lugar desses pais imagino a dificuldade de ambos. Mas penso que se Deus colocou esse desafio na vida deles é porque eles conseguem, só ele sabe o qnt fortes podemos ser.
Mas que interessante o papel de aproximação desse jogo na vida dessa família. Inspirador!
Tão bom ler histórias onde os personagens assumem seus erros, aprendem e encontram sua redenção. Também fico tocada e motivada a melhorar quando leio histórias assim.
Amei conferi suas impressões amiga. Mais uma leitura sua que fiquei com vontade de ler. Valeu pela dica. Beijos
Leituras, vida e paixões!!!